Troca de experiências em Dia de Campo sobre Agroecologia

  • Em Lajeado Bugre, interior de Porto Vera Cruz, EMATER e Agricultura e Meio Ambiente realizaram Dia de Campo voltado para o tema Agroecologia

    Assunto: Agricultura e Meio Ambiente  |   Publicado em: 19/11/2015 às 14:51   |   Imprimir

Uma mesa farta com melancia, mandioca, mamão, laranja, amendoim, repolho, moranga, feijão, geleias, pepino, conservas de frutas, milho, alho, açúcar mascavo, chuchu, schmier de torresmo, pêssego, banana, batata doce e ovos, todos produzidos pela família Conceição, simbolizou a diversidade e a qualidades dos alimentos produzidos em uma propriedade de transição agroecológica. Foi nesta propriedade que agricultores de Porto Vera Cruz foram recepcionados pela família, extensionistas da Emater/RS-Ascar e representantes da Administração Municipal no Dia de Campo da Agroecologia, realizado nesta quinta-feira (19/11). 

            O extensionista da Emater/RS-Ascar, Gilberto Barbaro, destaca que, em Porto Vera Cruz, 34 famílias são beneficiárias da Chamada Pública da Agroecologia, sendo que há um grupo formal de produtores orgânicos, conhecido como Pioneiros do Porto, e muitos destes produtos são comercializados via cooperativa local da agricultura familiar. 

            Inicialmente a família Conceição relatou sua experiência com agroecologia. Na propriedade vive Valdecir, com os filhos Vanusa e Vítor, e os pais Orestes e Maria Derdi Conceição. Valdecir conta que viveu 15 anos na região metropolitana de Porto Alegre, sendo 12 anos trabalhando na Ceasa. No período que passei na Ceasa, consegui perceber o potencial que a região tem para a produção de alimentos e que muitas vezes não aproveita. Ainda há muitos caminhões trazendo alimento de fora. Resolvi voltar com meus dois filhos, deixamos para trás a produção de fumo, e nossa família passou a produzir alimentos, relata Valdecir. Hoje, a família produz olerícolas, frutas em especial laranja e pêssego , bovinos de corte, milho e alimentos para autoconsumo. 

            Em uma caminhada transversal pela propriedade, foram abordados temas como a produção e o mercado da fruticultura, pelo extensionista da Emater/RS-Ascar, Barbaro, e o pelo engenheiro agrônomo da Prefeitura, André Camargo; e sobre produção e mercado da olericultura, pelo extensionista Eliton Leandro Horn e pelo assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa na área de produção vegetal, Gilmar Francisco Vione.

 

            A garantia de mercado e a necessidade de atender à demanda crescente foram destacadas durante troca de experiências entre técnicos e agricultores. Dados de 2013, levantados pela Emater/RS-Ascar, apontam que apenas em cinco mercados de Porto Vera Cruz, que possui em torno de 1.850 habitantes, são comercializados anualmente, em média, 1.134 unidades de abacaxi, 918 quilos de alho, 5.400 quilos de batata-doce, 28.404 quilos de batata rosa, 31.914 quilos de batata branca comum, 2.214 quilos de beterraba, 12.714 quilos de cebola, 1.998 quilos de cenoura, 2.268 quilos de chuchu, 4.590 quilos de mamão, 6.272 unidades de melancia, 1.404 unidades de melão, 1.080 quilos de pimentão, 3.834 unidades de repolho e 11.556 quilos de tomate. Apenas estes alimentos, todos vindos de fora do município, geram um montante de mais de R$ 372.800,00. Isso mostra que ainda há muito mercado a ser aproveitado pelos produtores locais.

           
            A prefeita de Porto Vera Cruz, Vanice Mattos, que também acompanhou o evento, destacou a importância do agricultor se reconhecer como um empreendedor rural e buscar conhecimento sobre os recursos disponíveis para qualificar sua atividade. 

            Também foi abordada a organização da propriedade, pela assistente técnica regional de supervisão da Emater/RS-Ascar, Ancila Altmann. Nós somos os responsáveis por proporcionar a melhor qualidade de vida para as nossas famílias, reiterou.


            Ao meio-dia, o almoço na propriedade salientou a diversidade da produção de uma propriedade da agricultura familiar. No cardápio, churrasco, sucos naturais, pães, cucas, mandioca, batata doce e saladas diversas.

            À tarde, a programação seguiu com estação sobre irrigação e açudagem, com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar ,Carlos Olavo Neutzlig. Na sequência, a produção para autoconsumo, com foco na segurança e soberania alimentar produção com qualidade e em quantidade suficiente e plantas aromáticas, terapêuticas e condimentares foram abordadas pela extensionista de Bem-Estar Social Neiva Marinês Benke, e pela assistente técnica regional também da Emater/RS-Ascar, Vanessa Gnoatto, e o técnico da Prefeitura, Elias Giovani Horn.

            A transição agroecológica e a produção orgânica têm se fortalecido no Noroeste gaúcho, por meio da Chamada Pública da Agroecologia, executada pela Emater/RS-Ascar em 37 municípios, beneficiando 400 famílias de agricultores.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Santa Rosa